Túnel do Marão obtém receitas de 27 milhões em três anos

Túnel rodoviário de quase seis quilómetros abriu a 8 de Maio de 2016, depois de sete anos de obra, três paragens nos trabalhos e do resgate pelo Estado.

O Túnel do Marão, entre Vila Real e Amarante, foi atravessado por quase 12,5 milhões de veículos e contabiliza 26,9 milhões de euros de receitas de portagens em três anos, segundo dados da Infraestruturas de Portugal (IP).

A Autoestrada do Marão concluiu o prolongamento da A4 de Amarante a Vila Real, inclui um túnel rodoviário de quase seis quilómetros e abriu a 8 de Maio de 2016, depois de sete anos de obra, três paragens nos trabalhos e do resgate pelo Estado.

Segundo dados revelados esta terça-feira, 7 de Maio, pela IP à agência Lusa, desde a abertura ao tráfego atravessaram o Túnel do Marão perto de 12,5 milhões de veículos, numa média superior a 11.300 veículos por dia. O volume médio de tráfego de pesados é de 12%.

De acordo com a empresa, neste período o túnel contabiliza 26,9 milhões de euros de receitas de portagens, designadamente 4,9 milhões de euros em 2016 (Maio a Dezembro), 8,7 milhões de euros em 2017, 10,1 milhões de euros em 2018 e 3,2 milhões de euros em 2019 (Janeiro a Abril).

Para a IP, “estes números são bem demonstrativos da grande importância que a abertura ao tráfego do Túnel do Marão representou para a melhoria das condições de mobilidade, constituindo-se como a ligação rodoviária mais segura e eficaz na região de Trás-os-Montes”.

“O túnel cada vez mais se consolida como uma ferramenta importante para a região”, afirmou à Lusa o presidente da Associação Empresarial de Vila Real – Nervir, Luís Tão.

O responsável salientou que “tudo encurtou” com esta nova acessibilidade, que facilitou a ligação de Trás-os-Montes ao Litoral do país, “facilitando a vida” das empresas e dos empresários da região. “É quase um ‘just in time’, encomendar hoje e chegar hoje, tudo acelerou, a rapidez de entrega, a rapidez com que se conseguem executar obras”, sublinhou.

Quando abriu o Túnel do Marão, as empresas ainda faziam contas às portagens, ao combustível e ao desgaste das viaturas na subida da serra do Marão, pelo Itinerário Principal 4 (IP4). “Não consigo imaginar qualquer desenvolvimento económico sem o túnel. Já está enraizado em todos nós”, salientou Luís Tão.

No entanto, o presidente da Nervir disse que esta infra-estrutura arrisca ser, no espaço de uma ou duas décadas, a última grande obra pública concretizada na região, já que no Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030 “não está nada previsto”. “Vai ficar como o último grande investimento e sabe a pouco”, frisou.